EMANUEL – Cristo dos 13 aos 30 anos (Isaías c.7 v.14)

Na Bíblia não há referências quanto à vida de Cristo dos 13 aos 30 anos, com quem esteve, onde esteve. Até ser batizado por João Batista, purificar-se no jejum e iniciar a vida pública assumindo o nome Jesus, Cristo usava o nome de Emanuel, cumprindo-se o que fora predito por Isaías (c.7 v.14): “Pois por isso o mesmo SENHOR vos dará este sinal: Uma virgem* conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel. Ele comerá manteiga* e mel até que saiba rejeitar o mal e escolher o bem”. Não importa se ele preencheu esse vácuo de tempo peregrinando na Palestina, na Índia, na África, no Tibet ou onde quer que tenha estado. A realidade é que ele, com o nome de Emanuel, esteve experimentando os pecados do mundo.

Emanuel significa “Deus conosco”. Ou seja, ainda que imerso na lama, nas imundícies do mundo, misturado aos pecadores, ele, impelido por Deus, estava assimilando que as maiores almas, enquanto não dominam o veículo cela (corpo) cedido pelo PAI Eterno e pela mãe natureza, estão à mercê dos maiores vícios, assim como são capazes das maiores virtudes. Pois para conhecer a virtude é mister conhecer o pecado, vencer o pecado e vencer o mundo; somente então se sabe o valor integral da virtude (“Haveis de ter aflições no mundo, mas tende confiança: eu venci o mundo” – João c.16 v.33).

Ora, se Cristo não tivesse estado, com o nome de Emanuel, experimentando os pecados do mundo, se estivesse sempre blindado, incólume, puro, protegido, não haveria sentido em dizer: “Animai-vos, eu venci o mundo“. Só pode dizer “Eu venci o mundo” quem esteve à mercê das trevas, vulnerável ao poder profano que rege o mundo. Eis a prova irrefutável de que Cristo, induzido pelo ALTÍSSIMO, com o nome de Emanuel, experimentou sim os pecados do mundo, as misérias, as fraquezas da carne. Cristo teve que experimentar o doce e o azedo, as coisas boas e ruins, até alcançar o discernimento. Tornou-se puro, mas não ingênuo. Foi revestido do conhecimento empírico, que faculta a percepção clara e objetiva da realidade da vida, tornando-o apto a cumprir sua missão na Terra. Isso lhe faculta a vidência para constatar que mesmo as pessoas consideradas mais imundas, vulneráveis, desprezíveis, reprováveis aos olhos da “casta, imaculada” sociedade (vide Maria Madalena – João c.8 v.1 a 9) podem ser agraciadas pela descoberta de DEUS. E é nessa descoberta, ao vislumbrar o Eterno, que tudo muda na vida de um ser humano.

Os fariseus jesuítas que se pensam cristãos podem se chocar, se escandalizar, ficar horrorizados ao imaginar que Cristo vivenciou na carne os pecados do mundo, mas duvidar disto é duvidar das Escrituras, negar isso é negar a verdade da vida, da Bíblia. Se os cristãos creem que Cristo era o Enviado de Deus, cumprindo a profecia de Isaías e outros profetas, logo eles são induzidos pela lógica coerência a se coadunar e reconhecer esta profecia (Mateus c.1 v.22 e 23). INRI CRISTO disse que aqueles que porventura duvidam do óbvio, ululante, estão seguindo um Cristo imaginário, folclórico; assumindo o status de evanjegue, cavalgadura do maligno, terão que suportar em seus dorsos o peso dos falsos profetas sucessores de Paulo, o primeiro falso profeta, mentiroso confesso da era cristã (“Se a verdade de DEUS, pela minha mentira, cresceu para a glória sua, por que sou eu assim julgado como pecador?” – Romanos c.3 v.7). DEUS não precisa, não carece que alguém minta para glorificá-lo (“Ficarão de fora do Reino de Deus os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira” – Apocalipse c.22 v.15). Por isso convém deixar essa questão bem clara, explícita, a fim de desvanecer as dúvidas, as lacunas que perduram há séculos no que concerne à vida e à vinda do Messias. A coerência, a lógica e a verdade são indissociáveis. Os sensatos meditam e assimilam.

* Algumas versões da Bíblia traduzem o termo original hebraico “almah” por “jovem”, outras a traduzem por “virgem”, assim como manteiga ora é referida como coalhada ou leite coalhado, para aludir ao sabor azedo, contrapondo à doçura do mel.

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