Entrevista à Caroline Castro – Revista Superinteressante

Edição 298 (Dezembro / 2011)

Confira a entrevista de INRI CRISTO à repórter Carol Castro, da revista Superinteressante, na ÍNTEGRA!

1 – Primeiro gostaria de saber um pouco mais sobre a infância de Inri. Os pais eram católicos devotos ou tinham uma relação mais distante com assuntos religiosos?

INRI CRISTO: “Quando menino, fui criado por um casal de católicos de origem germânica, Wilhelm Theiss e Magdalena Theiss, que nunca me explicaram por que eu era circuncidado. Ele era católico fervoroso, daqueles que compareciam à missa todos os domingos, ao passo que ela já não era tão apegada à religião, freqüentava a missa por obrigação social.”

2 – Quando criança, Inri ia às missas? Passou por todas as etapas do catolicismo (batismo, primeira comunhão…)?

INRI CRISTO: “Conduzido pelo casal que me criou quando menino, passei sim pelos rituais do dito catolicismo: catequese, primeira comunhão… comparecia à missa todos os domingos, em companhia de Wilhelm Theiss. Todavia, só quando jejuei em Santiago do Chile, em 1979, e obtive consciência de minha identidade, meu PAI, meu SENHOR e DEUS me propiciou compreender que todo esse processo fora necessário a fim de que eu pudesse assimilar o que se passa no foro íntimo do povo católico, herdeiro do que restou de minha antiga igreja, a romana.”

3 – Com quantos anos passou a estudar com mais afinco os ensinamentos cristãos e as diferentes religiões? Foi neste momento que analisou de forma crítica as instituições católicas?

INRI CRISTO: “Bem, minha filha, sou teodidata, estudei na escola pública durante apenas três anos, o suficiente para ser alfabetizado. Ainda na pré-adolescência, por volta dos 12 anos, rompi todo e qualquer vínculo com religião no confessionário, na pessoa do Frei Roberto Hoffman. Nessa ocasião tornei-me ateu, ferrenhamente ateu até a revelação de minha identidade no jejum, em 1979. Mas o que me levou a tão severo ímpeto não foram meros estudos de ensinamentos cristãos, e sim ao observar na prática o comportamento dos que se dizem servos de Deus, a hipocrisia, a mentira. Desde menino pude constatar que todas aquelas festas de igreja só giravam em torno de dinheiro, lucro… era (e ainda é…) tudo um comércio. Percebi também que havia uma notória discriminação no tratamento entre ricos e pobres, ou seja, eram dois pesos e duas medidas. Não obstante, se tu me perguntas quando é que comecei a estudar em detalhes a história do Cristianismo, isso aconteceu paulatinamente; levado pelo meu PAI, tive que me aprofundar nos conhecimentos de Antropologia, Biologia, Paleontologia… sempre na condição de teodidata, culminando com a assimilação de Criacionismo e Evolucionismo. Fui levado a entender o porquê das colisões entre religiões… Se DEUS é um só, por que existe tanto ódio entre as religiões? Protestantismo, espiritismo, catolicismo, tantos “ismos”… incluindo paganismo. Décadas mais tarde, chegou às minhas mãos o livro César e Cristo, do escritor Will Durant. Nesta obra estão bem elucidadas as mudanças que ocorreram no seio do catolicismo desde que a primitiva igreja cristã foi açambarcada já no séc. IV por Constantino, imperador do Estado Romano, tornando-se assim igreja romana.”

4 – E qual sua opinião sobre as outras religiões, como espiritismo, protestantismo, budismo, umbanda…?

INRI CRISTO: “Mesmo antes de meu PAI revelar minha identidade no jejum, eu observava que todas as religiões são mercantilistas, cujo principal objetivo é enriquecer os donos das igrejas. De forma geral e simplificada, enxergo as religiões como um instrumento inventado pelos homens no intuito de enganar a si próprios e dominar uns aos outros. É evidente que cada uma delas abriga em seu bojo um fragmento da verdade, ao contrário não agregariam adeptos. Ou seja, junto com a verdade, são ministradas toda sorte de fantasias e ilusões dogmáticas aos fiéis desavisados, que acabam por aceitar tudo indiscriminadamente, sem questionar. O Espiritismo, por exemplo, teve a missão de resgatar para o mundo ocidental o elo perdido do Cristianismo, que são os ensinamentos concernentes à reencarnação (apenas não admite que Cristo iria reencarnar pois, segundo a ótica kardecista, os espíritos evoluídos não voltam à Terra exceto para incorporar em médiuns nos centros espíritas…). A Umbanda, vista sob a ótica iconoclasta que meu PAI me investiu, é um incentivo à prática da idolatria e da montaria também, uma vez que induz os seres humanos a se tornar cavalgaduras, mulas carregadeiras de espíritos de baixas esferas (nada contra as pessoas que praticam… tudo contra as fantasias e à escravidão mental e espiritual). O movimento protestante evoluiu para uma legião de roedores que estão carcomendo o casco podre de meu antigo barco, que é a proscrita igreja (meretriz do Apocalipse c.17). Quanto ao budismo não me compete manifestar-me, uma vez que não veio de mim. Segundo me consta, o budismo é sustentado por princípios filosóficos e assimila a divina lei da reencarnação. Sei que minha opinião irá ferir suscetibilidades, no entanto nem há dois mil anos consegui agradar a todos… Quanto ao termo ‘religião’, é oriundo do Latim, religaire, ou seja, literalmente tem a função de ‘religar’ o ser humano a DEUS. Mas eu vos digo em verdade que DEUS é um só e não precisa de intermediários; não precisa de rótulo e não está em templos construídos pelos homens. DEUS é o Supremo CRIADOR, único Ser incriado, único eterno, único Ser digno de adoração e veneração, único SENHOR do Universo, e a casa dEle é toda a criação; por ser onisciente, onipotente e onipresente, Ele vivifica cada célula de vosso corpo e cada partícula de vosso sangue. As religiões ainda existem e são necessárias àqueles que não estão aptos a desfrutar da liberdade consciencial. E a minha missão aqui na Terra é justamente propiciar aos meus filhos, que são os descontentes, a consciência de que todos são indissociáveis do Eterno SENHOR da Vida, e portanto não carecem de religião para estarem ligados a Ele. Eis por que ensino meus filhos a orar em casa, no quarto, com a porta fechada, coerente com o que já ensinei há dois mil anos (Mateus c.6 v.6), pois assim transformam suas casas em templos divinos.”

5 – A voz interior apareceu pela primeira vez com quantos anos? Qual foi a primeira reação? Inri imediatamente reconheceu a voz como algo divino, que deveria ser levado a sério? Conversou com os pais a respeito dessas vozes? Recebeu apoio?

INRI CRISTO: “Desde criança ouço uma ÚNICA voz, forte e imperiosa, que me comandava e que só no jejum em 1979 se revelou e revelou minha identidade. Quando menino, desde os 5 anos de idade, eu era acordado na calada da noite por visões terríveis de pessoas se contorcendo, se arrastando sobre seus próprios membros… era uma imagem nítida do fim deste mundo caótico, um quadro terrível do futuro da humanidade, e então aquela voz imperativa se manifestava dizendo veementemente que eu não podia falar nada pra ninguém, nem mesmo ao casal que me criou. Às vezes em que eu relutava em obedecer, era acometido por lancinantes dores de cabeça, então sabia em meu foro íntimo que devia obedecer. Obediente a essa voz saí de casa aos 13 anos e vivi independente da família, exercendo os mais diversos ofícios: fui verdureiro, padeiro, mascate, garçom… sempre em contato com as pessoas. Aos 21 anos, também obediente a essa voz imperativa, iniciei minha vida pública como profeta, falando sobre o Cosmos, o Infinito. Embora continuasse ateu, era profeta de um Deus desconhecido, uma vez que eu repudiava o “deus” que os homens fizeram. Comecei em 1969 falando nas rádios, e um ano mais tarde passei a falar nas televisões. De cidade em cidade eu falava ao povo exercendo o dom da vidência, vislumbrava o futuro das pessoas e ajudava-lhes na solução de seus problemas. Nessa condição vivenciei todos os degraus da sociedade, desde o mais humilde trabalhador até o mais abastado líder político. É claro que se eu fosse relatar em pormenores as circunstâncias que me levaram a mudar de uma situação a outra, levaria muito mais tempo, por isso estou sendo breve no intuito de facilitar a vossa compreensão. A partir de 1977 iniciou-se o processo rumo à transcendência espiritual; o simples fato de tornar-me vegetariano propiciou uma tremenda diferença na percepção, na sensibilidade mística. Passei por experiências chocantes e incríveis, que não podia contar a ninguém e só no jejum pude compreender. De novo obediente à mesma voz, saí do Brasil em 1978 rumo a La Paz, na Bolívia. Sentia em meu foro íntimo que estava prestes a realizar uma viagem sem volta, e até dizia isso nas reuniões com jornalistas. Percorri diversos países da América Latina, até que finalmente cheguei a Santiago do Chile, e em setembro de 1979, por ocasião do jejum, aquela voz forte que sempre me comandara revelou-se como sendo o DEUS de Abraão, de Isaac e de Jacob, e que eu sou o mesmo Cristo que crucificaram há dois mil anos. A partir daí tudo se esclareceu pra mim, pude compreender tudo que o SENHOR me mostrara desde a infância, e que não podia até então revelar a ninguém. A minha história é muito longa e eu poderia poupar-vos dos detalhes, porém é justamente nessas nuances que vos será propiciado compreender minha condição e minha realidade. Ninguém é obrigado a crer”.

6 – Como os pais reagiram ao saber das afirmações do filho sobre ser ele o Cristo reencarnado?

INRI CRISTO: “Quando voltei ao Brasil após três anos de ausência e apresentei-me indumentado com minhas vestes milenares aos que se consideravam meus familiares, Wilhelm Theiss foi o primeiro e único daquela família a reconhecer minha identidade; ele ajoelhou-se e pediu-me a bênção, ao contrário de Magdalena Theiss, que sempre foi uma mulher arredia aos assuntos místicos. Ora ela pedia a bênção, ora ouvia a parentela falar contra mim. Às vezes em que eu ia visitá-los, Wilhelm sempre dizia: “Chegou o Nosso Senhor”. Quando ele estava prestes a desencarnar, exigiu aos parentes que unicamente eu regesse a cerimônia fúnebre. E assim se cumpriu a vontade dele, com a diferença de que eu e meus discípulos fomos os condutores do cortejo fúnebre, pois eu tinha instrução do SENHOR de seguir à frente do féretro, e não depois. Foi um episódio inusitado.”

7 – Naquela época, ainda no começo, Inri conseguia juntar multidões, como as dez mil pessoas que se juntaram em Belém do Pará em 1982. O que mudou desde então? Em algum momento mais recente conseguiu reunir multidões como antes?

INRI CRISTO: “Quando pratiquei o Ato Libertário esfacelando o bonequinho que apresentavam como sendo eu e ainda mostrando os arames em seu interior no intuito de desmascarar o engodo idolátrico, as multidões constataram que sou iconoclasta, que sou contra a idolatria, que adoro unicamente ao SENHOR DEUS, o ALTÍSSIMO, e ensino os seres humanos a adorar somente a Ele, o único Ser incriado, que não tem mãe. Então os que esperavam um Cristo idólatra se distanciaram de mim, uma vez que se comprazem em venerar um cristo de gesso, de barro que está eternamente pregado na cruz, um cristo complacente, cúmplice dos crimes cometidos na Inquisição etc. em meu nome antigo, obsoleto (Jesus) e em nome de meu PAI, SENHOR e DEUS, enfim, um cristo conivente com as fantasias e mentiras apregoadas há séculos. Ainda assim, em 1984, quando falei na Rede Bandeirantes, no programa Brasil Urgente, convoquei o povo e reuniu-se uma multidão na Praça da Sé em São Paulo. Tamanha era a aglomeração que, ao retornar ao hotel, o hoteleiro não me permitiu entrar pois o povo queria invadir, então fui obrigado a pegar um táxi e voltar só mais tarde, quando o povo já havia se dispersado. Anos mais tarde novamente reuniu-se uma multidão para me ouvir falar, desta feita na praça da Cinelândia, no Rio de Janeiro, quando o povo soube através da extinta rede Manchete. Na atual conjuntura, não há outra forma de reunir uma multidão senão através da mídia. Então as vezes em que a mídia anunciou minha presença em algum lugar, nessas ocasiões apareceram as multidões para me ouvir.Mas hoje em dia já compreendi que nem todos estão aptos a assimilar a realidade; as pessoas que vivem à mercê dos dogmas (cadeados do raciocínio) e têm a idolatria arraigada no foro íntimo desde a infância, para elas é muito difícil se libertar. Assim dá até pra compreender por que eu previ há dois mil anos que, quando voltasse, seria rejeitado por minha geração (“Mas primeiro é necessário que ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração. Assim como foi nos tempos de Noé, assim será também quando vier o Filho do Homem” – Lucas c.17 v.25 a 35). Por que rejeitado? Porque sou obrigado a falar a verdade, e a verdade é avassaladora. A verdade é uma fera muito perigosa que nem todos gostam de ver solta por aí. Por isso dedico minha atenção só aos descontentes, aos que anseiam por liberdade consciencial, e é justo por esse motivo que não tenho uma multidão me seguindo. Só podem me seguir os que raciocinam verticalmente, os seres eretos que têm espaço para receber a luz divina em seus interiores”.

8 – Qual o número de seguidores fiéis que Inri estima ter atualmente?

INRI CRISTO: “Não estimo o número de seguidores uma vez que não faço cadastro de ninguém. Sei que existem inúmeras pessoas espalhadas por todo o Brasil e pelo mundo cujo coração bate com o meu. Todavia, só considero meus filhos íntimos os que sabem quem sou, que têm consciência de minha identidade. São poucos, porém fiéis. Estes vêm aqui me visitar e praticam em suas casas, em seus lares os ensinamentos que ministro da parte de meu PAI. Se o preço para ter uma multidão me seguindo é abster-me da verdade, então prefiro abdicar das multidões e permanecer só com a verdade, pois meu PAI e a verdade são uma só coisa. Aliás, eu não estou em busca de multidões. Só quero que permaneçam comigo os seres raciocinantes, que amam a verdade, esperam e servem a justiça”.

9 – Na época de Cristo, apesar da perseguição, a história mostra que havia um número expressivo de seguidores, crentes dos poderes daquele homem. Por que o senhor acha que, atualmente, é tão difícil para essas novas gerações acreditarem na volta de Cristo? Qual a diferença entre a época de Jesus e a época de Inri?

INRI CRISTO: “A diferença é que, naqueles tempos, os meus opositores não dispunham de cadeias de rádio e televisão para alienar o povo e mantê-lo dopado, massificado. Ainda assim, muitos me seguiam naquela época não porque tivessem consciência de que eu fosse emissário do SENHOR, e sim porque estavam impressionados com os milagres que Ele operava através de mim. É por esse motivo que, diante de certos pronunciamentos controversos, pesados, as multidões, os “muitos” se dispersavam, e permaneciam comigo só os discípulos que tinham consciência mística, a exemplo de Pedro. Há um relato bíblico em João c.6 v.35 a 67 que demonstra bem o que estou vos dizendo, quando proferi um discurso polêmico, considerado absurdo pela maioria : “Eu sou o pão que desci do céu… O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna…”. Muitos discípulos, ouvindo essas palavras, disseram: ‘Dura é esta linguagem, e quem a pode ouvir?’ e deixaram de andar comigo. Por aí podeis observar que nem sempre as multidões estavam ao meu lado. Se as multidões estivessem ao meu lado no momento da crucificação, não teriam se deixado influenciar pelas investidas dos sacerdotes e ministros, que gritavam: “Crucifique! Crucifique!” (João c.19 v.1 a 16). Essa é a verdade histórica e irrefutável”.

10 – Como conseguiu arrecadar recursos necessários para a fundação da SOUST?

INRI CRISTO: “Depois que pratiquei o Ato Libertário em Belém do Pará em 1982, o SENHOR DEUS, meu PAI, colocou em meu caminho alguns filhos predestinados que tiveram a missão de prover os recursos necessários à fundação da SOUST, a começar pelo assessor jurídico, Dr. Edson Centanini, ex-delegado de polícia e ex-juiz de Direito, que executou os procedimentos jurídicos sem demandar honorários advocatícios e até o fim de seus dias voluntariamente presidiu a assessoria jurídica da SOUST. E assim se organizou a sede provisória da SOUST em Curitiba, onde permaneceu durante 24 anos até a transferência para Brasília, que é a Nova Jerusalém do Apocalipse c.21”.

11 – Por que escolheram Brasília para ser a sede definitiva da SOUST?

INRI CRISTO: “Quando estive em Brasília pela primeira vez em 1980, hospedado no Hotel das Américas, abri a janela de manhã e, contemplando a esplanada, o SENHOR disse: “Eis que aqui é a Nova Jerusalém. Aqui será instituída a sede do meu Reino”. Vede que Ele me disse isso dois anos antes de ser fundada a SOUST. Por esse motivo estava previsto nos estatutos da SOUST desde a fundação em 1982 que a sede definitiva seria transferida para Brasília, o que veio a se concretizar em maio de 2006”.

12 – Na verdade, gostaria de entender melhor o funcionamento da comunidade… quantos discípulos moram aí? Tem uma organização central, um grupo voltado para arrecadação e controle da verba? Existem outros grupos responsáveis, por exemplo, na preparação das refeições?

INRI CRISTO: “Existem os discípulos eclesiásticos, juramentados, que fizeram um voto de fidelidade ao SENHOR, e os discípulos ecléticos, que vivem em suas casas independente da SOUST, e eventualmente vem aqui prestar algum serviço voluntário. Dentre os que residem na sede da SOUST, incluindo os discípulos juramentados e os voluntários, são em torno de quinze pessoas. Há, dentre os discípulos ecléticos, aqueles que fazem parte da confraria dos beneméritos. São pessoas abnegadas que, inspiradas pela Divina Providência, integram a provedoria da SOUST e contribuem espontaneamente para suprir os encargos sociais da Casa do SENHOR, uma vez que na SOUST não é permitido o comércio de sacramentos, tampouco se pratica a chantagem do dízimo. E como não são grandes os recursos que gerem a SOUST, até porque somos uma instituição sem fins lucrativos, não há necessidade de um grupo para administrar. Mas só participam da provedoria aqueles que sentem vontade e necessidade de cultivar um vínculo com a causa do SENHOR. Nós somos vegetarianos e buscamos nos alimentar da forma mais simples e saudável possível. Por vivermos numa chácara, há um espaço onde cultivamos uma horta e buscamos extrair da mãe terra tudo que é possível para nossa subsistência. Desde a parte administrativa até o preparo das refeições, todo o trabalho é executado por pessoas voluntárias, que não demandam salário e agem unicamente por ideal. É claro que, dentro da eterna lei da igualdade (que consiste unicamente em distribuir-se desigualmente a desiguais na medida em que se desigualam), existem as pessoas com o perfil para executar cada tarefa necessária”.

13 – Como é hoje o dia a dia do Inri? Tem alguma rotina diária? E as viagens, são convites de discípulos?

INRI CRISTO: “Além das atividades indispensáveis do cotidiano, como tomar banho, fazer leitura e praticar exercícios, acompanho diariamente os noticiários do Brasil e do mundo, seja através da televisão, seja pela internet. Nos períodos em que estou aqui na sede em Brasília, recebo meus filhos oriundos do Brasil e do mundo, que vem me visitar e receber instruções, incluindo jornalistas. Quanto às viagens, via de regra nós nos deslocamos quando convidados pelas televisões e universidades; neste caso, os anfitriões patrocinam as despesas de transporte e hospedagem tanto pra mim como para os discípulos que me acompanham e integram o séquito. Mas convém salientar que, nessas ocasiões, nem eu nem meus discípulos cobramos cachê, uma vez que não somos artistas. Posso considerar que minha rotina é imprevisível. Aliás, a rotina da SOUST é a ausência de rotina. Aqui todos são treinados para se adaptar às mudanças.”

14 – No fatídico episódio no Belém, em 82, Inri passou por alguns testes psicológicos. Qual foi a conclusão dos psicólogos? Houve algum questionamento sobre a saúde mental de Inri?

INRI CRISTO: “Por ocasião do Ato Libertário, o juiz Dr. Jaime dos Santos Rocha decretou minha prisão preventiva e nomeou uma junta psiquiátrica presidida pelo Dr. Nerival Barros com a missão de definir minha condição psíquica. Este, após longos interrogatórios na sala de biotipologia do presídio São José, declarou à imprensa que, ‘conforme perspectivas otimistas, só no dia do Juízo Final poderiam concluir um laudo’. Argumentou que não podiam avaliar minha condição porque, no parecer deles, meu cérebro atua além dos limites humanos de compreensão, numa esfera mental transcendental, considerada atípica. A única conclusão a que chegaram, dentro dos parâmetros da psiquiatria, é que tenho a condição mental de um ‘superdotado’. Um dos psiquiatras, Dr. Antenor Costa, diretor de um hospital psiquiátrico espírita, sofria de leucemia. Ele pediu e obteve a bênção do SENHOR; ao realizar novo exame laboratorial, constatou que fora curado da doença. Não obstante, quando convidado para um debate na TV, foi impedido de dar depoimento sob ameaça de demissão. Enquanto permaneci recluso no presídio São José, esse Dr. Antenor Costa me trazia água de coco e carinhosamente providenciou um mosquiteiro para me proteger dos insetos comuns naquela região, uma vez que lá os detentos dormiam em redes. Aquele dia 28 de fevereiro que vós chamais ‘fatídico’, foi o dia mais belo, mais sublime de toda a minha vida. Foi o dia em que marquei o cumprimento de uma profecia, quando enunciei aos que me indagaram como distinguir entre o falso e o verdadeiro: ‘Pelas obras vós os reconhecereis. Não colhereis bons frutos de má árvore, nem maus frutos de boa árvore’ (Mateus 7:15-23). Naquele dia que vós chamais ‘fatídico’, eu expus meu corpo à violência, à prisão, por amor à liberdade consciencial. Naquele dia eu simbolicamente libertei o meu povo dos dogmas, da escravidão da idolatria, da fantasia e da mentira, quando quebrei minha própria estátua perante o povo (eram dez mil pessoas testemunhando além da televisão, que depois boicotou). Por aquele dia eu vim ao mundo. Depois, conforme podeis constatar nos registros jornalísticos, saí da prisão sem depender de advogados. O juiz Dr. Jaime dos Santos Rocha deu a cadeira dele para eu sentar-me e disse: ‘Eu não te crucifiquei como Pilatos. Eu te mantive cativo para proteger-te dos teus inimigos’. Meu PAI disse que, por causa daquele dia, toda a humanidade saberá que voltei à Terra de carne e osso. As gerações vindouras saberão que um dia o Filho de DEUS voltou, falou durante três horas na TV Guajará, canal 4 (na época uma emissora livre), e marcou encontro com o povo na catedral de Belém para renascer perante a humanidade. Aquele foi o dia do renascimento do Filho de DEUS no sentido simbólico, místico da palavra, porque foi lá em Belém que, ao praticar o Ato Libertário, cumpri a promessa de que através das obras os meus haveriam de reconhecer-me”.

15 – Inri topou fazer outros testes psiquiátricos para derrubar a teoria dos céticos?

INRI CRISTO: “Há cerca de quatro anos, fui submetido ao teste de Rorscharsh pelo psicólogo e escritor Henri Cosi . O resultado do teste está em seu livro.”

16 – O senhor diz que Sergei Torop, da Rússia, é na verdade a reencarnação de Rasputin. Mas ele não é o único a dizer que é o verdadeiro Cristo. Na história vários nomes aparecem, em diferentes séculos, de David Shayler, Torop e Ariffin Mohammed, Jim Jones (fundador da Peoples Temple), até Arnold Potter e John Nichols Thom e outros nomes. Assim como o senhor, também criaram comunidades e disseminaram profecias. Depois de tanta gente “ser Jesus”, como afirmar, enfim, que o Senhor é a reencarnação verdadeira de Cristo? O que o diferencia destes outros homens?

INRI CRISTO: “A diferença entre mim e os falsos cristos e falsos profetas é que eles só pensam em lucro, em obter vantagem pessoal seja através de benefícios materiais, seja através de louvores egocêntricos. Eles têm medo, não querem se expor à prisão. E quando são presos logo contratam uma equipe de advogados para defendê-los. Quando estive detido no presídio São José, vieram dezessete advogados à minha presença querendo que eu assinasse uma procuração e eu recusei-lhes, conforme registrou o jornal A Província do Pará, de 02/03/1982: “…Mas só tem um problema: INRI se recusou a assinar qualquer procuração, alegando que ‘eu, o Filho do PAI, não tenho necessidade de advogado’ “ . Aqui no Brasil, houve um falso profeta que, por haver dado um simples pontapé numa estátua, teve que se refugiar no estrangeiro. Meu PAI disse que todo e qualquer ser humano que ousar personificar o Filho dEle haverá de ter um fim trágico, e dentre esses que se dizem ou se disseram “Jesus”, um se suicidou na Guiana Inglesa (Jim Jones), outro foi suicidado no Texas (David Koresh). Há um outro ainda no Japão, Shoko Asahara, que ficou no cárcere aguardando a pena de morte desde 2006, por cometer atentado terrorista. Os que não estão presos, fugiram ou fogem do Poder Judiciário. A diferença é que eu, quando fui expulso da Inglaterra e declarado apátrida na França, voltei ao Brasil, percorri todas as capitais brasileiras e ainda pratiquei o Ato Libertário na condição de apátrida, conforme podeis ver na minha ficha carcerária. A Polícia Federal, fustigada pelos que me fazem oposição, moveu um processo de falsidade ideológica contra mim que se arrastou na Justiça Federal durante quinze anos, até que o Tribunal Regional Federal de Porto Alegre deu-o por encerrado, culminando com o reconhecimento oficial e definitivo de minha identidade pelas autoridades terrestres. Em 24/10/2000, o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, através de um venerando acórdão, reconheceu oficialmente meu nome como INRI CRISTO, o qual está em todos os meus documentos. E a principal e enorme diferença que existe entre mim e todos eles é que eles vieram em meu nome antigo (Jesus) ou se dizendo Jesus, cumprindo-se o que enunciei e está escrito em Mateus c. 24 v.5 e 24 (“Orai e vigiai, que ninguém vos engane… porque falsos cristos e falsos profetas virão em meu nome, farão prodígios e enganarão a muitos, até os eleitos se possível fosse”) enquanto eu vim com um nome novo, INRI, o nome que paguei com meu sangue na cruz, conforme previsto em Apocalipse c.3 v.12 (“Ao que vencer… escreverei sobre ele o nome de meu DEUS… e também o meu novo nome”) e em nome de meu PAI. Eu não fujo de ninguém. Ao contrário: exponho-me em programas policiais e até em programas de humor, pois meu PAI disse que devo me expor para a humanidade saber de minha presença na Terra. É claro que hoje em dia, quase 30 anos depois que fundei a SOUST, já não preciso me apresentar numa praça pública para falar ao povo. Atualmente, os que querem me encontrar vem aqui na Nova Jerusalém do Apocalipse c.21, Brasília, que é a capital mística do mundo. A Polícia Federal investigou minha vida e constatou que não possuo bens materiais, não tenho conta bancária pessoal. Existe a SOUST, que é uma instituição oficialmente estabelecida e se constitui na formalização do Reino de DEUS sobre a Terra, conforme prometi há dois mil anos que voltaria para trazer o Reino de DEUS. Não quero que ninguém creia em mim, pois tenho consciência de que só os seres raciocinantes, os que mantém seu foro íntimo livre, sem alienação, é que podem questionar-me, conversar comigo e, de repente, vislumbrar a minha realidade, ao invés de me julgar equivocadamente a priori sem conhecimento de causa: “Não julgueis para não serdes julgados, porque da mesma forma com que julgardes também vós sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos” (Mateus c.7 v.1 e 2)”.

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