Artigo publicado do Jornal Alô Brasília na edição de 23/05/2012:
“Desde os primórdios da criação, em todas as sociedades, sejam as formadas de animais selvagens ou de seres humanos, existem os líderes e os liderados, os que comandam e os comandados. Isso faz parte da natureza criada por DEUS. Dentro desta ótica, mesmo que não existissem políticos na sociedade humana, sempre existirão os que nascem com o dom natural de liderar, organizar, comandar. Dentre as alternativas viáveis, a ideal é a sociedade teocrática, regida pelo ALTÍSSIMO, ou seja, orientada pelos princípios de vida que aproximam o homem de DEUS. Sob esta ótica, seria escolhido o governante que colocasse os ideais éticos acima de suas satisfações individuais. Todavia, considerando a inviabilidade de pôr essa alternativa em prática na atual conjuntura – posto que os chamados governos teocráticos são falsamente teocráticos, são governos dominados por homens egocêntricos – então, o único sistema político viável é a democracia plena. A democracia plena é regida pela vontade popular, mas democracia plena significa imprensa livre, e não imprensa disfarçadamente controlada pelo governo no afã de desinformar a população e perpetuar-se no poder. Democracia plena significa o povo no poder, e o povo no poder significa que o povo deve escolher um membro do povo. Quando o povo está no poder não é obrigado a votar, vota se quiser, se houver um candidato à altura de suas expectativas. E assim os candidatos é que têm que se alternar até conquistar a confiança dos eleitores. Isto seria democracia plena, ao contrário trata-se de uma pseudo-democracia. Se o indivíduo tem que sair de casa para votar significa que alguém lhe ordenou, alguém teve poder sobre ele, e este alguém não é o povo e sim um ditador ou regime ditatorial. Quando o povo deveras está no poder, ele escolhe o seu líder, seu príncipe, sem a obrigatoriedade de votar, a exemplo da França e dos países livres do mundo. Obrigar o povo a votar já é prova da incompetência do príncipe, do candidato. E por falar em política, no que consiste a política? Política é a ciência, a arte de governar os povos. Todavia, a política tornou-se um instrumento para obtenção de vantagens pessoais dissimulando conciliar os interesses alheios. Existe sim uma minoria de políticos honestos, mas os que ousam ser honestos ou são eliminados de cena ou são asfixiados pelos interesses predominantes. Raros os que conseguem se escapar incólumes das garras do sistema e preservar a integridade. Ser honesto nos dias de hoje é sinônimo de ingenuidade, burrice e desonra. Como já disse inspirado o sapiente tribuno Rui Barbosa, “de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. E eu vos digo em verdade, meus filhos: soubessem os velhacos a vantagem de ser honesto, seriam honestos até por velhacaria.”
INRI CRISTO, filósofo, educador, Mentor Espiritual da SOUST