Livro O Código da Vinci, de Dan Brown

No capítulo 55 do livro “O Código da Vinci” há preciosas informações históricas que valem a pena ser lembradas:

…Mais de 80 Evangelhos foram estudados para compor o Novo Testamento, e no entanto apenas alguns foram escolhidos – Mateus, Marcos, Lucas e João… A Bíblia, tal como a conhecemos hoje, foi uma colagem composta pelo imperador romano Constantino, o Grande. Ele foi pagão a vida inteira, batizado apenas na hora da morte, fraco demais para protestar. Na época de Constantino, a religião oficial de Roma era o culto de adoração ao sol – o culto do Solis Invictus, ou do Sol Invencível –, e Constantino era o sumo sacerdote! Infelizmente para ele, Roma estava passando por uma revolução religiosa cada vez mais intensa. Três séculos depois da crucificação de Cristo, seus seguidores haviam se multiplicado exponencialmente. Os cristãos e pagãos começaram a lutar entre si, e o conflito chegou a proporções tais que ameaçou dividir Roma ao meio. Constantino viu que precisava tomar uma atitude. Em 325 d.C., ele resolveu unificar Roma sob uma única religião: o Cristianismo.

…Constantino era um bom negociador. Enxergou a ascensão do cristianismo e simplesmente apostou no cavalo que estava vencendo. Os historiadores ainda se maravilham ante a eficiência demonstrada por Constantino ao verter os pagãos adoradores do sol em cristãos. Fundindo símbolos, datas, rituais pagãos com a tradição cristã em ascensão, ele gerou uma espécie de religião híbrida aceitável para ambas as partes… Os vestígios da religião pagã na simbologia cristã são inegáveis. Os discos solares egípcios tornaram-se as auréolas dos santos católicos. Os pictogramas de Ísis dando o seio a seu filho Hórus milagrosamente concebido tornaram-se a base das modernas imagens da Virgem Maria com o Menino Jesus no colo. E praticamente todos os elementos do ritual católico – a mitra, o altar, a doxologia (hinos e preces) etc. – foram diretamente copiados de religiões pagãs místicas mais antigas.

…Nem existe um simbologista que seja especializado em símbolos cristãos. Nada é original no cristianismo. O Deus pré-cristão Mitras – chamado o Filho de Deus e a Luz do Mundo – nasceu no dia 25 de dezembro, morreu, foi enterrado em um sepulcro de pedra e depois ressuscitou em três dias. Aliás, o dia 25 de dezembro é também o dia de celebrar o nascimento de Osíris, Adônis e Dionísio. O recém-nascido Krishna recebeu ouro, incenso e mirra. Até mesmo o dia semanal dos cristãos foi roubado dos pagãos. Originalmente, a cristandade celebrava o Sabbath judeu no sábado, mas Constantino mudou isso de modo que a celebração coincidisse com o dia em que os pagãos veneram o Sol. Até hoje, a maioria dos fiéis vai à igreja na manhã de domingo, sem fazer a menor idéia de que estão ali para pagar tributo semanal ao deus-sol, e por isso em inglês o domingo é chamado de Sun-day, ou ‘dia do Sol’…

Artigo anteriorEm nome de Deus – David Yallop
Próximo artigoBíblia: um livro de letras mortas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

dezoito − 14 =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.